Recadinho
Tem muita gente me
perguntando por que não consegue comentar no blog.
Dizem que quando
finalizam a mensagem, parece que funcionou e depois não aparece nada na tela.
A dica é: não saia logo da página.
Após clicar no “publicar”, espere um pouco. Observe se é pedido que você confirme que não é um “robô”.
Após clicar no “publicar”, espere um pouco. Observe se é pedido que você confirme que não é um “robô”.
Para confirmar é
simples, mas se não fizer o procedimento, não funciona.
Deixei aberto para
qualquer pessoa comentar e não tenho como mudar o pedido de identificação, faz
parte do esquema de segurança do blogger.
Se mesmo assim não
rolar, me avisem como fizeram agora, por favor.
Miscelânea
I
Quando
meu genrinho (o diminutivo é porque ainda são namorados) chega em casa dizendo
que tem algo que é a minha cara para
me mostrar, tenho muitas reações esquistas.
O
estômago revira de aflição por ouvir isso de um rapaz que tanto gosto.
Mas vejam bem...Sou a sogra! então o coração bate mais rápido. A mão formiga e os neurônios ficam em estado de alerta máximo.
Mas vejam bem...Sou a sogra! então o coração bate mais rápido. A mão formiga e os neurônios ficam em estado de alerta máximo.
Fico
doida para ver o que ele acha que tem a minha cara. Penso numa música
nariguda; um texto com olheiras, cabelos lisos escorridos e coisas do tipo.
Peço
dicas do que é porque ele tem que tirar o paletó, guardar a mochila,
cumprimentar o cachorro que faz festa barulhenta latindo “amo esse cara, amo
esse cara!” e demora bastante para me mostrar.
Ele
assanha minha curiosidade dizendo: Se me dissessem que é de sua autoria, eu
acreditaria.
Aimeudeus!
Isso
é bom ou ruim?
Minha
filha sempre completa a cena lembrando que quando o pai ficar velhinho irá para
um asilo, mas a mãe irá para um hospício de idosos, que ele não se preocupe –
não terá que cuidar de uma velhinha doida.
Ele
vai mexendo no celular e dizendo que é algo “doido” como eu.
Vou
incorporar esse estereótipo e começar a babar no pé. Parece que é consenso aqui
em casa.
Já
combinei com minha filha que ela procure um hospício que tenha muitas árvores
porque quero morar em uma delas, numa casa de madeira, em galho bem alto, que
me permita conviver com os narizes verdes balançantes – cheia de oxigênio e
paisagem. (ela se comprometeu em achar um assim, quase como quem providencia um
último desejo à progenitora moribunda!!).
Para
completar o quadro, ela apressa meu genrinho para mostrar logo o que tem para
mostrar para que a criança-mãe-empolgada, que vai ganhar um doce no formato de
texto ou música, sossegue.
Estou
rodeando o rapaz, mas estou quieta.
A
última vez que ele veio com essa frase, apresentou um livro que realmente
amei e que adoraria ter escrito. É o que me conforta nesta espera, que parece
eterna.
Desta
vez ele diz que é uma música. Um grupo que faz músicas que eu bem poderia ter
escrito as letras.
Todas
as pulgas do mundo estão nas minhas orelhas e preciso me livrar delas para
colocar o fone de ouvido.
Eu
não conhecia, e amei. Gostei muito da proposta do grupo.
Vejam
se conhecem e se gostam:
Palitorerapia (Palitoterapia
em alguns registros)
Abram
o “mostrar mais” - tem a letra e outras
informações.
Assumiria
a autoria desta e de todas as outras do álbum “Matéria Estelar”, de Rhaissa
Bitttar.
Meus
destaques são para: “Lamúrias de uma Pera”; “A Lista”; “Uma Pedra”; “Matéria
Estelar”, “A Foto”.
“Pa
Ri” é de outro álbum e é ótima também. Tem que prestar atenção na letra.
E ele avisa: assinante
do Spotify encontra o “Matéria” disponível, tá?!
Meu
genrinho é ou não é uma graça?
Se
um dia ele brigar com a minha filha e terminar o namoro, me candidato!!
Só
preciso me certificar que, no futuro, ele me coloque no hospício com árvores.
“No
futuro”, hein, Bruno!
***
II
Leituras
Não
costumo comentar, aqui no blog, os livros que leio.
Às vezes sugiro que leiam este
ou aquele livro porque achei interessante.
Mas, geralmente, não passo disso.
Gosto não se discute.
Mas, geralmente, não passo disso.
Gosto não se discute.
O que se discute é uma obra, um autor e seus desdobramentos no painel cultural.
E isso já não posso fazer.
E isso já não posso fazer.
Não
sou das Letras, sou apenas uma leitora curiosa, de formação jornalística que
corre por fora porque gosta.
E
(.)
Na
época da faculdade zombávamos de nós mesmos dizendo que jornalistas sabem um
pouco de cada coisa e nada profundamente (a menos, claro, que você se
especialize, mais tarde, para ser jornalista de algum assunto específico).
Seria,
portanto, uma burra ousadia da minha parte fazer qualquer análise literária.
Deixo
essas análises para meu amigo do “Palavra
de Literatura”, que as faz, de forma gostosa e com muito conhecimento e
autoridade - além de apresentar diários de leituras, promover discussões e
levantar questões pertinentes.
Já
recomendei esse blog para quem gosta de literatura: http://palavradeliteratura.blogspot.com.br/?view=classic
É
enriquecedor.
Tudo isso esclarecido (com ares de justificativa também), farei minhas observações de leitora leiga que não usa a
terminologia correta dos literatos, não fala de “eu poético”, “lirismo
subjetivo” e afins.
Alguém
pode me dizer o que acontece com Haruki Murakami*?
Indicado
ao Nobel de literatura em várias oportunidades, esse cara me confunde nos sentimentos por
ele.
Não
sei se o gosto em tudo que poderia gostar.
Explico:
Todos
os livros que li dele** me deram a mesma sensação de estranheza. Um certo mal
estar que não sei definir direito.
Quero
dizer, sei o que incomoda mas não sei se são recursos usados por ele ou se são
características dele.
Murakami
é daqueles autores que criam enredos instigantes, que te deixam curiosa e não é
dado à “máximas” ou grandes pensamentos. Não fica filosofando a vida, não usa
metáforas ou muitas analogias para dizer o que quer. É secão.
Mas
é esticado.
A
impressão que tenho é que ele trabalha cada linha do texto para deixar uma
estória simples e comum, interessante.
E
é aí que ele se enrola. Parece que quer
mais páginas no livro.
Fornece
detalhes desnecessários a todo instante.
E
digo “desnecessários” porque quase todos não fazem diferença na composição dos
personagens ou do pano de fundo do enredo todo.
Um detalhe ou outro é fundamental, claro. Mas ele
exagera, ao meu ver.
Ele
consegue deixar a estória interessante? Sim. Mas não corre suave.
Não
sei dizer se ele é prolixo ou se a tradução é infeliz.
O
japonês é um idioma que usa muitas palavras para pouco dizer.
Pode
ser que a tradutora se enrole e não faça um fluxo de narrativa mais leve porque
quer considerar cada palavrinha que ele usa. Talvez desse para fazer de outra
forma.
E
acho essa questão seríssima porque se a tradução estiver emperrando, estou
lendo um Murakami que não existe e sim o que a tradutora entende. Vai ver é isso.
Ou
é proposital esse espalhar muitos detalhes desnecessários?
Quem
sabe ele quer soltar pistas falsas para o leitor ficar procurando pelo em ovo. Ovo de canário.
Não
sei.
E para agravar, ainda tem os finais.
Embora
eu fique presa nas estórias que ele cria, não houve um só final que eu tivesse
gostado nas obras dele.
Ele
sempre me decepciona no desfecho.
Como
pode alguém tão criativo não achar um final à altura do resto da obra?
Finalizações
são complicadas quando se abre muito o leque de proposições, assuntos,
personagens; concordo. Mas nem é o caso.
Parece
que Murakami escolhe o mais tolinho possível para fechar tudo.
Ausência.
Vácuo.
É
essa a sensação que tenho quando termino um livro dele.
Lembrando
que, o que antes chamávamos de vácuo (ausência de máteria) passou a ser
preenchido pela percepção da existência da tal matéria escura – ainda indecifrada pelos cientistas - no universo.
É
lá, na matéria escura, que devem estar guardados os finais brilhantes de
Murakami.
Eles
devem existir. Não os conheço. Não os vejo.
Apenas
infiro que existam.
* Haruki Murakami --> http://pt.wikipedia.org/wiki/Haruki_Murakami
** obras lidas:
“Minha querida sputnik”;
“1Q84” (trilogia);
“O incolor Tsukuro Tazaki e seus
anos de peregrinação”
e alguns contos:
http://www.newyorker.com/magazine/2014/10/13/scheherazade-3
http://www.newyorker.com/magazine/2014/06/09/yesterday-3
-> próxima obra que lerei: “Kafka à beira mar”
***
Marcela,
ResponderExcluirAdorei o seu texto Miscelânea, achei o personagem excelente ! Você tem muita sote de te-lo como genro. Eu com certeza tenho muita sorte de ter a sogra divertida que eu tenho.
Beijos,
Bruno Schneider