Não que o mal estar tivesse passado subitamente. Meu corpo
doía muito e distinguir se era só uma gripe ou qualquer outra coisa é função do médico, não
minha, mas estou em dúvida se devo permanecer na espera.
O problema é que aguardo atendimento no PS, mas tenho a
sensação de que estou num hospital-escola-maternal, recém inaugurado.
Os atendentes, ao meu ver, não têm mais que 15 anos e os médicos, talvez
uns 18!
São eles que irão “cuidar” de mim?
Muita gente jovem junta neste lugar.
Fico pensando que o HD do cérebro deles tem muito espaço livre para armazenamento de dados,
então devem ter guardado direitinho tudo que estudaram – como eu um dia guardei
– e podem fazer um excelente atendimento.
Será?
E a experiência de vida? Enquanto se debruçavam nos livros e
nos pseudos pacientes para estudar não deixaram de viver as farras, os erros e
acertos próprios da idade?
Bobagem minha.
Claro que esses profissionais viveram a época da faculdade com
tudo que têm direito e talvez até um pouco mais.
Mas uma pulguinha fica atrás da minha orelha resmungando que
eles não viveram o suficiente para diagnosticar algumas coisas, ou para
compreender o palavreado descritivo dos mais velhos que tentarão relatar o que sentem.
Têm a experiência que a idade lhes permite. E talvez esse seja o problema.
Sei lá! Estou senilmente(?) confusa.
Aguardo, como todo mundo, que minha senha apareça no painel.
Ainda tenho a chance de sair correndo, voltar para casa e
tomar um chá na cama, enquanto leio um livro e espero a suposta gripe
passar. Se for dengue o procedimento não será muito diferente – apenas
restrições a alguns remédios.
É. Acho que vou para casa.
Vejo que um médico chama a paciente pelo nome, no corredor.
Se eu encontrasse esse rapaz no meio da rua, o teria por um adolescente terminando o colegial – cabeça cheia de dúvidas sobre qual carreira escolher, pressão, vestibular e paquerinhas.
Se eu encontrasse esse rapaz no meio da rua, o teria por um adolescente terminando o colegial – cabeça cheia de dúvidas sobre qual carreira escolher, pressão, vestibular e paquerinhas.
Socorro! O mundo rejuvenesceu?!!
Só eu continuo envelhecendo. O tempo não passa para mais ninguém.
Ou os jovens estão tomando conta do mundo?!!!
Só eu continuo envelhecendo. O tempo não passa para mais ninguém.
Ou os jovens estão tomando conta do mundo?!!!
Cadê o médico velhinho e compreensivo que conheceu minha avó e
meu avô, que me viu dar os primeiros passos? Aquele que só de bater o olho e fazer um
rápido exame já dá uns bons conselhos e certeiro diagnóstico.
OK. Estou em pânico a troco de nada!
São jovens esses médicos que me atenderão hoje, mas são
profissionais e devem estar super atualizados no uso de recursos para diagnósticos.
2333. Minha vez!
Caminho pensando que estou sendo injusta com esse pessoal que
nem conheço.
Lembro-me da dificuldade que sofreram meu irmã e
minha irmã, que são profissionais da saúde, pelo mesmo motivo: eram jovens, diplomados e tinham
cara de crianças felizes no começo de suas carreiras. Os pacientes mais velhos
sempre estranhavam – pensavam que eles eram os auxiliares de sala a preparar o
atendimento.
Paciência! Vou abrir a porta, dizer boa tarde e... Oferecer um pirulito?!!
Óbvio que demorei um pouco para arrumar o foco no bigode
grisalho que acompanhava o lábio daquele senhor que me cumprimentava e apontava a cadeira para eu sentar.
Não era para ter um imberbe sentado ali? Cadê o HD limpinho, os escaners, lasers, ressonâncias ?
Um senhorzinho vai me atender? Será que está atualizado?
Participou de congressos recentemente?
Pânico de novo! Agora,
pelo motivo contrário.
Estou ficando velha mesmo! Nada que não combine com chá, repouso e um bom livro lido na cama, conforme recomendação médica recém recebida.
Boa tarde.
ResponderExcluirNão li ainda!!!
Aproveito aqui para entrar em contato, pois o perdi.
Marina.