domingo, 11 de outubro de 2015

Quanta emoção!

Esse texto está atrasado!  É sobre a última semana de setembro e o início de outubro.

Mas acho que ainda tá valendo!  



Que semana recheada de emoções!

Quase insuportável aos Ticos e Tecos neurais de qualquer pessoa a assimilação de tanta informação carregada de consequências, no mínimo, históricas.

Não será possível comentar todas, mas vamos a algumas!

Alguém aí não imaginou umas bacteriazinhas verdes acenando e dando uma piscadela aos espiões humanos e seus carrinhos-robôs?

E viva a água salobra encontrada no planeta vermelho, Marte!

No mínimo estranho esperarmos por seres verdinhos num planeta avermelhado pelo dióxido de ferro presente naquela atmosfera em altas proporções.  Mas nosso imaginário é enorme, divertido e colorido.

A descoberta não resolverá nossos problemas do planeta azulzinho (e olha a cor aí de novo, gente!), mas dá um certo alento pensar que, se um dia tivermos de fugir daqui, já sabemos para onde poderemos ir. Dá para fazer oxigênio com as moléculas de perclorato que encontraram por lá. Coisas de cientista - não me perguntem como se faz, tá?!

E o fatiamento político administrativo feito em nome da governabilidade?

Vejam bem: não questiono esse ou outro partido. 
Tenho problemas com coisas que já têm no nome uma partição porque dentro dos tais partidos (que já são partições de ideias maiores) há trocentas alas, fações e divisões, me dando a impressão de que vamos chegar às moléculas, átomos, elétrons e prótons que constituem as coisas, mas não às questões básicas necessárias para administração pública.

E política deveria ser cuidar e administrar o bem público. Só isso. Os mecanismos criados para que isso seja possível deveriam ser simples e transparentes. Mas ficou tudo tão complicado!

A democracia começou com votações feitas com pedrinhas num cesto qualquer e não precisaríamos voltar aos cascalhos, mas ao básico do conceito talvez fosse uma boa e oportuna lembrança.

É fatal pensar na Suécia - o país mais igualitário do mundo - e seus modelitos administrativos admiráveis. Foi um processo. Não uma mágica. E funciona.

Também é fatal ter a sensação de que os políticos de hoje em dia – não só de nosso país – viraram um bando. Um bando de crianças mimadas que chutam o tabuleiro quando jogam o dadinho e sai o número azarado! “Retornar ao início do jogo” diz o tabuleiro. 
Então nada como chutá-lo! Solução de criança birrenta é assim.

Sem contar que não tenho boa memória e quando consigo guardar o nome e o ministério ou cargo de alguém, logo vem uma mudança e aí confundo tudo.
Quem era mesmo da casa civil? De que partido? Amigo de quem? O que ele pensava?

Aff!

Fico imaginando os professores de história, daqui a alguns anos, explicando esse momento político do Brasil e do mundo.  Coitados dos alunos. Vai ser dureza. Mas nada que um gráfico gigantesco de pizza desenhado na lousa não consiga resolver.

Outra notícia que deveria ser tão explosiva quanto a da confirmação de existência de água em Marte saiu há uns meses atrás e vem ecoando devagarinho:   um estudo do Observatório da Terra Lamont-Doherty, da Universidade de Columbia, USA afirma que a seca influenciou a vida política e social e, consequentemente, as guerras na Síria.

A seca por lá não é fato recorrente. É um lugar naturalmente árido mas a seca entre 2006 e 2010 foi sem precedentes na história daquele lugar. Os cientistas acreditam que a mãozinha do homem ajudou na alteração do clima local.

E como isso ajudou a gerar as guerras?

Basicamente funcionou assim: quando o povo sírio migrou do campo para a cidade, porque não tinha chuva para plantar, não encontrou o que precisava e começou a pressionar o governo que achou que a solução era reprimir os insatisfeitos.

Aí vieram grupos extremistas reivindicar seus interesses, acabando por atrapalhar qualquer tentativa de endireitar a situação. Isso vem ocorrendo há 4 anos – Angela Merkel que o diga.

Claro que estou falando em linhas grosseiras e gerais e a seca não é o único fator da guerra por lá, mas infelizmente, e, enfim, a confirmação científica do que cientistas, historiadores, geógrafos e sociólogos sempre disseram: o efeito dominó das mudanças climáticas vai além de derretimento de geleiras e elevação dos níveis dos mares. 

Também será difícil para os professores do futuro ensinarem sobre esse assunto. Mas imagino que os alunos, em suas classes-bolhas-de-ar-purificado e protegida de radiação, já serão seres mais lapidados no espírito humanitário e acharão o fato apenas um tropeço da humanidade – algo que ficou no passado e que não mais ocorrerá.

E para fechar, porque já está enorme, só mais duas, sobre saúde.

Uma ruim: em nosso país, todo ano, morrem mais de 200 mil pessoas por falta de acesso a tratamento quimio e radio terápico.  Mais ou menos o mesmo número de mortos nos quatro anos de guerra na Síria.

Triste isso.

Que eu saiba, produzem melão no deserto do Saara!

Uma boa: a partir desta semana, pessoas com deficiência na audição e fala, contarão com tradutores na hora da consulta em hospitais públicos de São Paulo.

Também produzem melancia no deserto.

Semana que vem tem mais.

Para manter o rosa deste outubro, falarei um pouco de duas mulheres extraordinárias: vou visitar a exposição da Frida Khalo, no Instituto Tomie Ohtake.

Além de comentar um pouquinho sobre as duas, contarei para vocês como foi a experiência de não me sentir só com plantas, flores e bichos na cabeça – para não dizer minhocas!



4 comentários:

  1. Marcela, que fôlego esse seu para tratar de tantos e tão intrincados temas com agilidade, precisão e leveza! Parabéns! Aguardamos as postagens prometidas.

    ResponderExcluir
  2. Marcela, que fôlego esse seu para tratar de tantos e tão intrincados temas com agilidade, precisão e leveza! Parabéns! Aguardamos as postagens prometidas.

    ResponderExcluir