Esse texto está atrasado! É sobre a última semana de setembro e o início de outubro.
Mas acho que ainda tá valendo!
Que semana
recheada de emoções!
Quase insuportável
aos Ticos e Tecos neurais de qualquer pessoa a assimilação de tanta informação
carregada de consequências, no mínimo, históricas.
Não será possível
comentar todas, mas vamos a algumas!
Alguém aí não
imaginou umas bacteriazinhas verdes acenando e dando uma piscadela aos espiões
humanos e seus carrinhos-robôs?
E viva a água
salobra encontrada no planeta vermelho, Marte!
No mínimo estranho
esperarmos por seres verdinhos num planeta avermelhado pelo dióxido de ferro
presente naquela atmosfera em altas proporções.
Mas nosso imaginário é enorme, divertido e colorido.
A descoberta não
resolverá nossos problemas do planeta azulzinho (e olha a cor aí de novo,
gente!), mas dá um certo alento pensar que, se um dia tivermos de fugir daqui, já sabemos para
onde poderemos ir. Dá para fazer oxigênio com as moléculas de perclorato que
encontraram por lá. Coisas de cientista - não me perguntem como se faz, tá?!
E o fatiamento
político administrativo feito em nome da governabilidade?
Vejam bem: não
questiono esse ou outro partido.
Tenho problemas com coisas que já têm no nome
uma partição porque dentro
dos tais partidos (que já são partições de ideias maiores) há trocentas alas,
fações e divisões, me dando a impressão de que vamos chegar às moléculas,
átomos, elétrons e prótons que constituem as coisas, mas não às questões
básicas necessárias para administração pública.
E política deveria
ser cuidar e administrar o bem público. Só isso. Os mecanismos criados para que
isso seja possível deveriam ser simples e transparentes. Mas ficou tudo tão
complicado!
A democracia
começou com votações feitas com pedrinhas num cesto qualquer e não
precisaríamos voltar aos cascalhos, mas ao básico do conceito talvez fosse uma
boa e oportuna lembrança.
É fatal pensar na Suécia
- o país mais igualitário do mundo - e seus modelitos administrativos
admiráveis. Foi um processo. Não uma mágica. E funciona.
Também é fatal ter
a sensação de que os políticos de hoje em dia – não só de nosso país – viraram
um bando. Um bando de crianças mimadas que chutam o tabuleiro quando jogam o
dadinho e sai o número azarado! “Retornar ao início do jogo” diz o tabuleiro.
Então nada como chutá-lo! Solução de criança birrenta é assim.
Sem contar que não
tenho boa memória e quando consigo guardar o nome e o ministério ou cargo de
alguém, logo vem uma mudança e aí confundo tudo.
Quem era mesmo da
casa civil? De que partido? Amigo de quem? O que ele pensava?
Aff!
Fico imaginando os
professores de história, daqui a alguns anos, explicando esse momento político
do Brasil e do mundo. Coitados dos
alunos. Vai ser dureza. Mas nada que um gráfico gigantesco de pizza desenhado
na lousa não consiga resolver.
Outra notícia que deveria ser tão explosiva quanto a da confirmação de existência de água em
Marte saiu há uns meses atrás e vem ecoando devagarinho: um estudo do Observatório da Terra
Lamont-Doherty, da Universidade de Columbia, USA afirma que a seca influenciou a vida política e social e,
consequentemente, as guerras na Síria.
A seca por lá não é fato recorrente. É um lugar naturalmente árido mas a seca entre 2006 e 2010 foi sem precedentes na história daquele lugar. Os cientistas acreditam que a mãozinha do homem ajudou na alteração do clima local.
E como isso ajudou a gerar as guerras?
Basicamente
funcionou assim: quando o povo sírio migrou do campo para a cidade, porque não
tinha chuva para plantar, não encontrou o que precisava e começou a pressionar
o governo que achou que a solução era reprimir os insatisfeitos.
Aí vieram grupos
extremistas reivindicar seus interesses, acabando por atrapalhar qualquer tentativa de
endireitar a situação. Isso vem ocorrendo há 4 anos – Angela Merkel que o diga.
Claro que estou
falando em linhas grosseiras e gerais e a seca não é o único fator da guerra
por lá, mas infelizmente, e, enfim, a confirmação científica do que cientistas,
historiadores, geógrafos e sociólogos sempre disseram: o efeito dominó das
mudanças climáticas vai além de derretimento de geleiras e elevação dos níveis
dos mares.
Também será
difícil para os professores do futuro ensinarem sobre esse assunto. Mas imagino
que os alunos, em suas classes-bolhas-de-ar-purificado e protegida de radiação,
já serão seres mais lapidados no espírito humanitário e acharão o fato apenas
um tropeço da humanidade – algo que ficou no passado e que não mais ocorrerá.
E para fechar,
porque já está enorme, só mais duas, sobre saúde.
Uma ruim: em nosso
país, todo ano, morrem mais de 200 mil pessoas por falta de acesso a tratamento
quimio e radio terápico. Mais ou menos o mesmo número de mortos nos quatro anos de guerra na Síria.
Triste isso.
Que eu saiba,
produzem melão no deserto do Saara!
Uma boa: a partir
desta semana, pessoas com deficiência na audição e fala, contarão com
tradutores na hora da consulta em hospitais públicos de São Paulo.
Também produzem
melancia no deserto.
Semana que vem tem
mais.
Para manter o rosa
deste outubro, falarei um pouco de duas mulheres extraordinárias: vou visitar a
exposição da Frida Khalo, no Instituto Tomie Ohtake.
Além de comentar
um pouquinho sobre as duas, contarei para vocês como foi a experiência de não
me sentir só com plantas, flores e bichos na cabeça – para não dizer minhocas!
Muito bom! Texto excelente!
ResponderExcluirMarcela, que fôlego esse seu para tratar de tantos e tão intrincados temas com agilidade, precisão e leveza! Parabéns! Aguardamos as postagens prometidas.
ResponderExcluirMarcela, que fôlego esse seu para tratar de tantos e tão intrincados temas com agilidade, precisão e leveza! Parabéns! Aguardamos as postagens prometidas.
ResponderExcluirQue rico! Sucesso!!!
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