Estatísticas
falando sobre a falta de educação no trânsito não faltam neste país.
Aliás, não faltam
no mundo.
O que falta é
gente civilizada e não só no trânsito.
Ainda não bolaram
um índice de civilidade e educação - seria complicado medir.
Costumo dizer que
não sou nenhuma condessa em termos de educação, mas procuro ser educada e
civilizada, sim.
Respeito é bom; eu
gosto e pratico.
Espero que
pratiquem também.
E não estou
falando de educação de dizer bom dia,
obrigada e suas variáveis – palavras
que devem ser ditas sempre, mas que são apenas o arremate da prática da
educação.
Chamo de
civilizado quem sabe praticar a educação e o respeito. Algo mais do que ter
saído das cavernas, parado de oferecer sacrifícios humanos aos deuses e viver
em cidades, organizar mercados financeiros e olhar galáxias com telescópios.
Estou falando de respeito - daqueles de fazer ao outro,
exatamente e sem descontos, o que queríamos que fizessem para a gente.
Impossível
praticar?
Só para os que não
estão interessados.
Nos próximos dias,
publicarei uma sequência de textos sobre o assunto.
Abaixo, o primeiro
deles:
1
Elevador lotado no
horário de chegada ao trabalho.
Empresa grande,
muita gente embarcando na caixinha de sobe e desce.
Entra uma
tartaruga de terno e gravata, com fones nos ouvidos. Anda de ré para o fundo do
elevador.
Cutuco a pessoa que está me
afogando com a gigantesca mochila e digo: répteis devem utilizar o elevador de
serviços.
Eu sei que ele não está me ouvindo porque ouço a música dele.
Faço sinal para o rapaz tirar os fones.
Cara feia e desdém
enquanto todos riem no elevador, ele pergunta “o que?” – bem alto, aliás,
porque mantém um dos fones num ouvido.
Aponto a mochila;
ele pede desculpas e tira a bugiganga das costas.
Duvido que ele
goste de ser espremido por alguém no elevador. Mas não se preocupou em ver
se estava atrapalhando.
Detalhe: para
tirar a tralha das costas, esbarrou em metade do povo do elevador e nem pediu
desculpas.
Há normas e dicas
de comportamento no elevador da empresa – algumas tão básicas que levaram os
funcionários aos risos quando divulgadas.
Mas percebo que são necessárias para os sem desconfiômetro
- vide o exemplo da enjoadinha tartaruga engravatada.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirE isso vale para tudo: elevador, ônibus, consultórios (perceba quantos dizem bom dia, boa tarde para o mundo quando entram em um consultório, mesmo nos mais estrelados. Mesmo se a gente diz quando entra ou sai, a resposta é parcial e desanimada), lojas...não sei em que momento o cristal se quebrou e o pessoal da terra passou a ser tão mal educado, grosseiro, arredio, agressivo. Uma pena!
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